Fábrica de Imagines 1D: Querida Katy #13

Katy Woods

Enquanto meu pai me abraçava eu só chorava, chorava como um bebê recém-nascido. A minha avó me abraçou quando eu soltei meu pai. Ela deve achar que eu estou feliz e emocionada com a saída do meu pai, mas as lágrimas que estão saindo incansavelmente dos meus olhos são de horror. Eu estou aterrorizada, não quero conviver com esse homem dentro da minha casa.

– Que saudade da minha família. – Meu pai falou, abraçando minha avó e eu ao mesmo tempo.

Ele abraçou a minha avó e ela começou a chorar. Realmente deve ser libertador ver o filho fora da cadeia depois de seis anos preso. A minha avó é mãe e o ama apesar de todas as coisas que ela já fez pena que ela não sabe o que ele fez comigo, e se soubesse?

E se alguém soubesse? E se eu tivesse contado para alguém? Tudo poderia ser diferente, ou não?

Eu sentei-me no banco de trás do carro. Eu não falava nada, nem emitia algum som, mas as lágrimas não deixavam de sair dos meus olhos. O pânico é tão grande que ele não é capaz de ficar dentro de mim. O medo escapa de dentro de mim em lágrimas. Só de pensar que já me senti pior, eu me trancava no meu quarto e chorava como se aquilo pudesse aliviar a minha dor, mas nada passava.

– Roger, eu estou feliz por você ter saído mais cedo, por você ter tido um bom comportamento. – Minha avó falava como se o filho dela tivesse acabado de tirar um A em geometria, mas por um lado eu entendo a felicidade dela.

– Eu mudei mãe, eu vou fazer tudo diferente pela minha filha, esse tempo que eu permaneci na cadeia eu só pensava nela, só pensava em poder mudar as coisas e retomar o laço de amor entre nós dois. – Ele se virou para mim e sorriu. – Eu quero aproveitar a minha filha agora que ela já é uma mulher, quero poder cuidar de você, querida Katy.

Eu respirei fundo e engoli as lágrimas entaladas no fundo da minha garganta. Como ele quer cuidar de mim depois de tudo que ele fez? Como ele quer cuidar de mim agora? Quando ele tinha que cuidar de mim ele fez coisas terríveis comigo, agora ele acha que eu realmente vou poder confiar nele? Depois da infância horrível que eu tive por causa dele? Depois de tudo que eu passei. Tudo que eu ainda não fui capaz de superar.

Fiquei sentada olhando para o nada na sala de minha casa, meu pai foi direto para o quarto dele, o quarto que a minha avó, infelizmente, fez questão de manter bem conservado para a volta dele.

Eu não sei bem o que fazer. Eu não quero estar debaixo do teto dele. Eu queria fazer algo para distrair a minha mente, mas acho que isso é algo impossível nesse momento.

– Então, como você está?

Minha avó sentou-se ao meu lado e eu deitei no colo dela, ela ficou alisando o meu cabelo e olhando para mim. Como eu a amo.

– Acho que estou bastante ansiosa.

– Por quê?

– Muitas coisas acontecendo na minha vida, eu estou tentando organizar tudo na minha cabeça, mas é difícil.

– Está apaixonada, né?

Apenas sacudi a cabeça. Eu queria estar com ele agora, talvez as coisas estivessem melhores. Ele me tranquiliza, trás a paz e é isso que eu estou precisando agora. Um pouco de paz, um pouco de aconchego, um ombro para chorar.

– É bom ficar apaixonada. – Minha avó falou, sorrindo.

– Ainda mais quando a gente sente que é a pessoa certa para você, apesar de todas as coisas. Eu sei que ele é mais velho que eu, eu sei que ele é o pai da minha melhor amiga, eu sei de tudo isso, mas eu sei o que eu sinto, eu sinto que ele é a pessoa certa pela forma que ele me trata, e eu o amo. Acho que apenas isso importa de verdade, não o julgamento de outras pessoas e tudo mais.

– O amor vem dos lugares mais improváveis. – Minha avó falou.

Isso é verdade, realmente concordo com ela.

– Quem está amando aqui? – Ouvi a voz do meu pai. – Estou me sentindo um homem renovado após esse banho maravilhoso na minha casa.

– Meu filho, você vai se sentir melhor depois de comer uma boa refeição caseira de sua mãe. – Minha avó falou, sorrindo.

Ela passou a noite toda cozinhando para preparar o almoço para o meu pai. Eu gosto bastante da comida da minha avó, mas não tenho a certeza se vou conseguir comer agora. Hoje eu não estou me sentindo enjoada, até porque tomei meu remédio de enjoo hoje, mas o problema é que eu estou sem fome alguma.

Outra coisa que eu tenho certeza é que eu não vou conseguir dormir bem hoje, muito menos dormir tranquila. Talvez se eu trancar a porta do meu quarto alivie um pouco essa tensão minha. Eu estou me sentindo perdida, estou me sentindo em zona de risco dentro da minha própria casa, e vai por mim, essa é a pior sensação que se pode ter.

Sentamo-nos à mesa para almoçar, eu coloquei pouca comida, porque estou realmente sem fome. Eu me senti meio “livre” quando ouvi a campainha tocando e rapidamente levantei-me para atender.

– Eu atendo.

Megan era a pessoa atrás da porta. Eu a agarrei e um pouco desse peso no meu peito aliviou um pouco. Ao vê-la eu comecei a chorar, e não conseguia me controlar.

– Katy, o que houve?

Eu fechei a porta da minha casa, e puxei Megan para se sentar no sofá de balanço da minha varanda. Ela enxugou as lágrimas do meu rosto e esperou eu me acalmar.

– Eu estou com medo.

– Por causa do seu pai?

– Sim, tem algo ruim nele, sabe?

– Sim, deve ter mesmo, não é normal se sentir assim em relação a uma pessoa.

–Nós estamos almoçando, você quer almoçar com a gente?

– Só estou esperando meu pai, ele quer te ver e conhecer seu pai.

Louis Tomlinson

Eu deixei Megan na casa de Katy e depois passe em um caixa eletrônico para pegar dinheiro, mas eu já estou voltando. Eu quero ver Katy, quero estar ao lado dela nesse momento, também quero ver qual é a desse tal Roger. Eu sei que há alguma coisa que ela esconde, e nem Megan sabe. Eu tenho jogado verde com Megan para saber sobre o passado de Katy, mas parece que ela sabe, ou ela está sabendo esconder muito bem.

Ontem Katy estava em pânico por causa da soltura do pai dela, isso não é normal, não da maneira que ela estava. Eu sei que ele trabalhava com tráfico, prostituição, sei que ele já matou pessoas, sei que Katy o presenciou em um assassinato, mas isso tudo não justifica o pavor que ela estava sentindo ontem. Eu acho que tem algo bem maior e pior nessa história toda, e Katy esconde isso há sete chaves.

Quando eu cheguei, encontrei Megan e Katy conversando no sofá de balanço na varanda. Katy está com a cara inchada, provavelmente de tanto chorar. Ela está pálida e com olheiras, parece que ela está 10 quilos mais magra, mas mesmo assim, apesar de tudo, Katy está impecavelmente linda, como sempre.

– Olá, meninas como vocês estão?

– Bem, eu acho...

Megan que respondeu. Ela fez um sinal com a cabeça para que eu pudesse olhar para Katy.

– Eu só tenho que me acostumar com a ideia do meu pai estar solto, apenas isso. – Katy respondeu, abraçando Megan. – Então, vamos entrar. Vocês dois já almoçaram?

– Já almoçamos, mas é impossível não comer a comida de Rose. – Megan falou, sorrindo.

Entramos na casa de Katy, e só de olhar na cara do pai de Katy eu já não gostei dele. Agora entendo o que Katy tanto teme, ele não é um cara confiável, e eu percebi isso só pelo sorriso dele quando nos viu entrando, eu não sei o que é, mas algo está ali.

– Louis, que bom que você veio. – Rose me saudou calorosamente, eu até cheguei a estranhar.

– Claro, não pude deixar de conhecer o pai de Katheryn. – Falei.

– Louis esse é meu filho Roger, e Roger esse é Louis, pai de Megan, melhor amiga de Katy.

Rose nos apresentou. Roger apertou a minha mão com firmeza. Obviamente esse homem não é nem um pouco confiável, e eu pude perceber isso só de olhar nos olhos desse homem.

– Muito prazer em conhecê-lo. Não acredito que estou conhecendo um ídolo do futebol. – Roger falou.

– Por favor, não me trate assim, eu sou tão normal quanto você. Essa é minha filha Megan.

Roger apertou a mão de Megan, e só então eu caí na real. O que eu estou fazendo aqui com a minha menina? Eu não o quero nem perto de Katy, muito menos perto da minha filha. Se eu pudesse arrumar um bom pretexto para tirá-las daqui.

Katy está em pé ao lado de Megan. Ela parece estar bem longe daqui. Eu queria muito poder abraça-la, tocá-la, confortá-la e dizer que tudo vai ficar bem, que eu estou aqui. Eu gostaria que ela pudesse chorar em meu colo até se sentir calma. Eu cheguei perto dela para ver se alguma reação positiva pudesse acontecer, ela apenas olhou para mim, um olhar profundo e único que pedia socorro. Eu nunca me senti tão impotente em toda a minha vida, nem mesmo quando Megan chorava depois da primeira desilusão amorosa.

Katy quer um abraço, quer ser confortada. Katy ainda é uma menina, mas ela é tão madura para tantas coisas. Sinto que Katy teve uma vida dura, e que por isso ela é assim como hoje em dia.

– Você está bem? – Perguntei.

– Sim, depois nós conversamos.

Rose chamou Katy para almoçar. Eu estou realmente preocupado com ela. Katy tem estado doente desde que soube da liberdade de seu pai, e eu fiquei sabendo agora que ela está sem comer direito.

– Louis e Megan, venham almoçar conosco. – Rose falou.

Por mais que já tenhamos almoçado, Megan e eu não recusamos repetir, Rose s deu ao trabalho de esquentar o almoço todo novamente, seria falta de educação recusar, e Rose cozinha tão bem que não tem como recusar.

Durante o almoço Roger dizia que queria recuperar o tempo perdido com Katy, que ele quer cuidar dela, mas seria muito egoísta da minha parte se eu disser que não quero isso? Eu sou pai, e sei o quanto eu amo a minha filha e o quanto ela é importante para mim, e eu não seria capaz de viver sem ela, mas cara, esse homem não é nada confiável. O estado como Katy está. Ele deve ter sido muito cruel, com atitudes horripilantes, mas eu ainda não.

– Eu soube que Katy está na natação graças a você, Louis. – Roger falou.

– Sim, eu levei as meninas para viajar um dia e vi Katy nadando, achei que ela tem potencial. – Falei.

E ele começou a fazer um discurso de como ele está orgulhoso da filha dele. Katy não sorriu, ou demonstrou nenhum sinal positivo. Ela está sentada no meio de Megan e eu. Eu disfarcei e coloquei a mão na perna dela e fiquei fazendo carinho. O bom é que Megan começou a conversar com Katy sobre a escola e o silêncio chegou ao fim.

Eu estranhei a forma que Rose está olhando para mim. Sinto que ela está desconfiando de alguma coisa. Mas eu acho que devo ser franco com ela, apesar de eu ter medo do que ela possa dizer, se ela não deixar Katy e eu ficar juntos. Eu nunca me senti assim antes, e todo esse sentimento é estranho para mim.

Depois do almoço Roger foi para o quarto dele e as meninas ficaram na varanda conversando e eu me ofereci para ajudar Rose a lavar a louça.

– Louis, Katheryn me falou sobre vocês.

Eu sabia que ela sabia. Eu apenas sacudi a cabeça e fiquei calado secando a louça. Eu não sei muito bem o que dizer.

– É muito errado, muito errado mesmo, mas a minha neta está apaixonada.

– Rose, eu sei que é errado. Eu tentei evitar, mas realmente eu me apaixonei por Katy, não sei como deixei isso acontecer, mas aconteceu. Eu não tenho nenhuma má intenção, apesar de tudo, eu tenho tentado fazê-la feliz, é apenas isso que eu quero: fazê-la feliz.

Rose parou o que estava fazendo e me abraçou, eu fiquei um pouco confuso, mas a abracei de volta.

– Louis, a Katheryn é sozinha, ela não tem ninguém além de mim para cuidar dela.

– Eu apenas quero cuidar dela, quero estar com ela.

Ela começou a chorar e eu e abracei. Eu entendo o que ela está sentindo, eu me sinto assim em relação à Megan. Eleanor é tão ausente na vida de nossa filha, mas Megan ainda tem o apoio da minha família e Katy não tem ninguém.

– Às vezes eu imagino como vai ser quando eu me for, o que será da minha menina?

– Eu vou cuidar dela, eu prometo...

Continua

Finalmente mais um capítulo postado, e hoje em um dia muito especial, o aniversário do nosso anjinho chamado Louis Tomlinson.

Infelizmente, eu não vou poder fazer nenhum especial, porque tenho feito coisas para o natal aqui em casa.

Mas espero que vocês tenham gostado do capítulo.

Comentem bastante, os comentários de vocês me incentiva bastante a continuar escrevendo.

Para se comunicarem comigo

XoXo

Querida Katy #13

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