Aviso legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir ou violar as imagens dos artistas.
Ficamos
na sala de espera aguardando por notícias de Waliyha. Comentei com Trisha por
alto sobre as coisas que ocorreram no último ano de minha vida, e quando ela
perguntou sobre como Z e eu nos reencontramos ele disse que me conheceu em uma
festa e que ficamos próximos desde então. Achei uma boa desculpa, eu não sei
como Trisha iria reagir se ele soubesse que eu fui raptada por ele, mas não
seria uma boa reação, apesar de ele ter me tratado bem, bem do jeito dele.
- Acho melhor ir embora. – Comentei, me levantando.
- Por quê? – Trisha perguntou.
- Waliyha vai acordar de uma anestesia, e essa agitação pode
ser demais para ela.
- Eu levo você. – Z disse.
- Não, pode deixar, eu chamo um táxi, fique aqui e aguarde a
sua irmã acordar, Z.
Z
apenas concordou com a cabeça, e eu me despedi com a Trisha com um abraço
apertado, dei um aperto de mão em Z, ou Zain, e saí. Não conseguia caminhar direito, porque tudo era tão inacreditável em minha cabeça. Quero poder
entender o motivo de Z ter feito isso comigo, ele poderia ter usado uma
abordagem diferente em vez de um seqüestro, com certeza seria mais fácil.
Apesar de todas as dúvidas que estão pairando sobre a minha cabeça eu estou
feliz, eu estou feliz por reencontrar Trisha e por finalmente saber o nome de
Z. Zain Malik...
Voltei
para casa com um sorriso bobo no rosto e entrei cantarolando. Estou feliz, pela
primeira vez em um bom tempo eu consigo me sentir feliz. Meus pais estão na
sala de estar, pararam de conversar assim que me viram.
- Boa noite. – Sorri para eles.
- Será que eu posso saber por onde você estava? – Meu pai
perguntou, ele está com raiva de mim.
- Andando por ai, eu estava precisando disso. – Respondi.
- Você é maluca, Angeline? – Minha mãe gritou.
- Por quê? – Perguntei.
- Você faz aquele seu show ridículo, depois se tranca no seu
quarto e some do nada, sem levar o seu celular! Estou cansada dos seus surtos
de infantilidade, você tem que começar a entrar nos eixos...
- Ou o quê? – Debochei.
Senti
um tapa estalando no meu rosto. Não pude imaginar que a minha mãe iria fazer
isso. Meu rosto começou a queimar e senti um corte no meu lábio e o gosto de
sangue. Minha mãe colocou a mão na boca incrédula, não acreditava no que tinha
acabado de fazer.
- Ana! – Meu pai gritou. – Como se atreve em encostar a mão
na minha filha?
Ele a
tirou de perto de mim e perguntou se eu estava bem. Senti-me humilhada.
- Obrigada, mãe.
Subi
correndo para o meu quarto ignorando o meu pai, ele começou a gritar com a
minha mãe, mas eu não prestei atenção no que diziam. Olhei-me no espelho do
banheiro do meu quarto e lá estava o corte em meu lábio, o bendito corte em meu
lábio. Jamais pensei que minha mãe seria capaz de fazer isso.
Tomei
um banho e me deitei na minha cama, mas não conseguia dormir, porque o nome de
Zain ficava na minha cabeça como uma musica na função de repetir. O que acabou
de acontecer não estragou a minha felicidade, não diminuiu o sentimento que
está dentro do meu peito, agora ele tem um nome, e é Zain.
Não
conseguia dormir e eu acabei mandando uma mensagem para Zain perguntando sobre
Waliyha.
“Ela está bem, a cirurgia foi ótima, está tarde, vá dormir. Boa noite.”
Curta e
simples a sua resposta, assim como ele é. Sempre sem muitas palavras, até mesmo
por mensagem de texto, Z sendo Z, ou melhor, Zain sendo Zain. Não consigo parar
de pensar no nome dele, na forma como ele pronunciou o seu nome para a
recepcionista do hospital. E ele foi firme, não gaguejou ou vacilou na hora de
dizer o seu nome perto de mim.
Dormi
como uma pedra quando finalmente caí no sono. Sonhei com Z, que estávamos em
uma praia, mas tudo passou tão rápido e eu quase chorei quando fui acordada
pelo meu pai.
- Minha filha... – Ele disse. – Sinto muito pelo que sua mãe
fez.
- Está tudo bem. – Sussurrei.
- Não quero que você vá para a faculdade hoje, não quero que
a vejam com a boca desse jeito.
- Pai...
- Por favor, Angeline.
Apenas
concordei com a cabeça e ele saiu do meu quarto. Quando me olhei no espelho vi
minha boca inchada e um pouco roxa, que merda, não é nem melhor eu sair de casa
hoje. Vou ficar sozinha em casa sem fazer nada. E o tempo amanheceu chuvoso.
Fui
direto para a cozinha comer alguma coisa, e Rosa já estava lá preparando o
almoço. Ela ficou chocada quando me viu, pude perceber pelo seu rosto.
- Está tudo bem, eu caí na escada ontem de noite, não é
nada.
- Sei...
Ela
fingiu que acreditou. Realmente é bem difícil de acreditar que eu caí na escada
e machuquei meu lábio, é a desculpa mais clichê que existe. Depois ela não
perguntou mais nada, apenas serviu meu café da manhã e perguntou se eu estou me
sentindo melhor de ontem, e não tem como negar isso, só de pensar de ontem um sorriso
enorme surgiu em mim. E ela sorriu para mim como se soubesse de alguma coisa.
- E ele tem nome? – Ela perguntou.
- Agora ele tem. – Respondi.
- Isso é ótimo.
Ela
piscou para mim e voltou a fazer seus afazeres. O que aconteceu ontem não afetou
a minha felicidade, continuo me sentindo plena. Depois de tomar café da manhã
eu passei uma pomada em meu lábio e fiquei no meu quarto adiantando alguns
trabalhos da minha faculdade, e eu acabei de me tocar que eu não sei de nada.
Eu faltei às aulas por um tempo e quando eu vou às aulas fica difícil de me
concentrar, não consigo prestar atenção em nada. O que eu estou fazendo da
minha vida, eu vou ser reprovada desse jeito.
Meu pai
chegou mais cedo em casa e eu fui conversar com ele sobre isso, e ele foi até
compreensivo demais, expliquei para ele que os últimos eventos da minha vida
foram complicados, porem omiti muitas coisas, não citei nada sobre Z, ou
Trisha. Apenas disse que muitas coisas aconteceram em um curto período de tempo
em minha vida e que isso tirou o meu foco e que eu quero trancar a faculdade
para poder ajeitar as coisas na minha vida. E ele concordou, mas eu não sei o
que irei ajeitar.
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