In Love With A Criminal #3

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Aviso legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir ou violar as imagens dos artistas.

                Após um mês do seqüestro eu consegui retomar a minha vida, meu pai respeitou o meu pedido de não falar sobre ou planejar as coisas do casamento. Retornei a faculdade e consegui refrescar a minha mente, claro que eu não sou mais a menina de antes. Eu também não consigo parar de pensar no Z, durmo e acordo pensando nele. Pensar nele é a única coisa de bom que eu tenho feito nesse último mês.

                Meu pai me deixou de castigo, isso mesmo, eu tenho 19 anos e estou de castigo. Ele tirou o meu carro de mim e só posso ir para a faculdade com o motorista dele. Isso é um saco. Eu sei que eu menti sobre o que houve, mas isso não justifica o fato dele agir comigo dessa forma.  Se bem que fugir seria uma boa idéia, mas com essa merda de castigo é impossível. E para onde eu poderia fugir? Não tenho para onde ir. Dane-se.

                Quando a aula de penal acabou eu fui para a entrada da faculdade para poder esperar pelo Taylor, motorista do meu pai. Fiquei sentada na escada da entrada e vi um carro conhecido chegando. Meu coração começou a bater na minha garganta.

- Meu Deus... – Sussurrei para mim mesma.

                Z saiu do carro com a sua postura confiante e veio caminhando até a mim, eu me levantei e esperei por ele. Achei que eu fosse cair no chão quando as minhas pernas ficaram bambas.

- Vamos sair daqui.

                Ele falou e deu as costas. Eu corri atrás dele e o puxei pelo braço.

- Você não pode dar ordem para mim como se eu fosse fazer tudo o que você fala. – Cruzei meus braços para ele.

- Você vem? – Perguntou.

- Vou sim, mas isso não significa que eu vá fazer tudo que você quiser.

                Ele pegou na minha mão e me puxou até o carro dele, abriu a porta para eu entrar. Primeira vez que ele fez isso. Esse jeito dele me enlouquece, e eu não sei se é de uma forma boa ou ruim, mas me enlouquece. Ele consegue me deixar nervosa, muito nervosa por sinal.

                Ele entrou no carro e começou a dirigir sem dizer nada. Fiquei observando o caminho e tentando entender em que lugar ele pararia. Ficamos 20 minutos em silêncio dentro do carro, um silêncio confortável.

- Para onde estamos indo? – Perguntei.

- Para lugar nenhum... Eu não sei. – Ele parecia confuso.

- Como assim?

- Eu só queria te ver, ok? Sem perguntas agora.

                Ele ficou sério. E eu fiquei sem entender nada, absolutamente nada. Talvez ele esteja enlouquecendo como eu, talvez aqueles quatro dias acabaram com a nossa sanidade. Ele continuou dirigindo por mais uns minutos até parar em um drive thru. Eu pedi um big Mac e ele também, depois ele continuou dirigindo até parar em um parque.

- Vamos procurar um lugar para sentar. – Disse ele antes de sair do carro.

                Ele esperou por mim do lado de fora, quando eu saí do carro ele pegou na minha mão e caminhamos ate uma mesinha perto de um laguinho. Sentamos de frente pro outro e começamos a comer o lanche.

- Você pode me dizer o que está acontecendo? – Perguntei.

                Ele nem sequer olhou para mim. Eu levantei seu rosto para que ele me olhasse. Ele olhou nos meus olhos e eu senti uma facada entrando em mim. O que ele quer me dizer? Eu não sei. 

- Eu não sei, Angeline. Eu só quero ficar perto de você e você está atrapalhando com essas perguntas.

- Primeiro você me seqüestra por quatro dias, não me maltrata, me trata super bem, me leva pra uma festa, eu tento beijar você e você simplesmente me manda de volta pra casa, agora você vai à minha faculdade, me trás até aqui para não falar nada? Qual é o seu problema?

- Eu não sei.

- E eu não sei nem o seu nome! – Gritei.

- Você não deve saber o meu nome, ou você vai me denunciar.

                Eu me levantei e sai andando. O ouvi correndo atrás de mim, mas eu não parei. Ele me puxou pelo braço e eu me virei, fechei meus olhos na esperança dele me beijar, mas ele se afastou de mim.

- Você não pode simplesmente entrar na minha vida dando uma de patrão, tentando me comandar. Eu não sou o seu brinquedinho.

- Eu não estou te comandando, nunca tentei fazer isso.

- Porra! O que você está fazendo então? –Gritei novamente.

- Eu vou te levar embora.

                Ele pegou no meu braço e saiu me puxando. Eu jurei que iria gritar a qualquer momento, fui me debatendo até conseguir me soltar.

- Eu sei muito bem ir para a minha casa sozinha, seu doente. Eu não sou o seu brinquedinho.

- Desculpe-me, Angeline. Eu me excedi um pouco... – Ele abaixou a cabeça.

- Se excedeu? Jura? Você me seqüestrou e agora provoca essa ceninha toda, você nem sequer me conta o que você quer.

- Um dia você irá saber, mas não agora, você pode, por favor, entrar no carro?

                Eu saí batendo perna até o carro, não quero nem olhar na cara dele de novo. Estou sentindo o que eu senti na noite em que eu fui rejeitada por ele. Estava tudo indo muito bem na festa, nós dois não conversamos muito, apenas ficamos perto um do outro o tempo todo, e até hoje eu não sei o que estava fazendo naquele lugar, nem mesmo Z falou com as pessoas, apenas entramos e ficamos lá perto um do outro.

                Eu posso jurar que estava legal, que a minha presença estava boa para ele. Ele estava gostando de me ter por perto, ele cuidou de mim, o motivo dele ter feito isso eu ainda vou descobrir.

                Depois de ficarmos duas horas naquela festa Z decidiu ir para casa. Estranho, eu estou chamando um cativeiro de casa, mas é assim que eu tenho visto aquele lugar, como casa. Eu não fazia idéia de onde estávamos não conhecia o bairro, as ruas, não conhecia nada por ali. Quando chegamos em casa eu fui direto para o banheiro e eu o ouvi falando no telefone, parecia estar pedindo pizza. Quando ele foi dizer o endereço ele se trancou no quarto dele, e eu não pude ouvir. Como se eu fosse querer fugir de lá.

- Eu pedi pizza. – Ele falou quando eu saí do banheiro. – Você não comeu nada na festa.

- Não estava com fome. – O respondi.

- Espero que agora esteja.

                Ele foi para o quarto dele eu para o meu. Estava ficando entediada já, não passava nada na TV, eu já tinha terminado o livro, então não tinha mais nada para eu fazer. Fiquei deitada no sofá olhando para o ventilador de teto. Deus... Senti meu estômago roncar, por que eu não comi nada naquela festa?

                Depois de 30 minutos esperando a pizza finalmente chegou. Enquanto Z pagava a pizza eu fui à cozinha para pegar copos, pratos e talheres. Z colocou a pizza sobre a mesa, ele pegou um pedaço e se sentou no sofá. Eu me senti mal, porque ele me deixou comendo na mesa sozinho, e não disse uma palavra.

- Você é sempre calado? – Quebrei o silêncio.

- Sim.

                E ele não disse mais nada, também não quis puxar mais assunto com ele. Já fui trouxa o suficiente. São tantas dúvidas, tantas perguntas sem respostas que rondam em minha cabeça, e eu não estou mais agüentando tudo isso. Comecei a chorar, ele olhou confuso para mim, mas percebi preocupação nele.

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu estou sozinha, não tem ninguém para conversar. Você não fala comigo, eu preciso de um abraço, sei lá. – Eu estava surtando.

- Eu não posso te dar isso...

- Já imaginei.

                Levantei-me e fui para o meu quarto. Fiquei chorando lá por um tempo até Z bater na porta e entrar. Ele sentou-se ao meu lado, eu apoiei minha cabeça em seu ombro e continuei chorando por um tempo. Ele ficou ali parado sem dizer nada, como de costume, mas ele estava lá. Ele se importou comigo.

- Eu estou bem aqui, bem melhor que na minha casa, para ser sincera, mas eu sinto falta de afeto e de conversar com alguém, você é a única pessoa que eu tenho tido contato nesses últimos dias e você não conversa comigo.

- A gente não pode ter nenhuma relação.

- Por quê? – Perguntei.

- Porque não.

                Ele se levantou e saiu do meu quarto, mas eu não o deixaria fazer isso de novo, fui atrás dele. O puxei pelo braço e fiquei bem próxima dele. Senti sua respiração tocar a pele em meu rosto, eu iria beijá-lo, eu queria beijá-lo, mas ele se afastou.

- Amanhã eu vou levar você de volta pra casa. 

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