Aviso legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir ou violar as imagens dos artistas.
Após um
mês do seqüestro eu consegui retomar a minha vida, meu pai respeitou o meu
pedido de não falar sobre ou planejar as coisas do casamento. Retornei a
faculdade e consegui refrescar a minha mente, claro que eu não sou mais a
menina de antes. Eu também não consigo parar de pensar no Z, durmo e acordo
pensando nele. Pensar nele é a única coisa de bom que eu tenho feito nesse
último mês.
Meu pai
me deixou de castigo, isso mesmo, eu tenho 19 anos e estou de castigo. Ele
tirou o meu carro de mim e só posso ir para a faculdade com o motorista dele.
Isso é um saco. Eu sei que eu menti sobre o que houve, mas isso não justifica o
fato dele agir comigo dessa forma. Se
bem que fugir seria uma boa idéia, mas com essa merda de castigo é impossível.
E para onde eu poderia fugir? Não tenho para onde ir. Dane-se.
Quando
a aula de penal acabou eu fui para a entrada da faculdade para poder esperar
pelo Taylor, motorista do meu pai. Fiquei sentada na escada da entrada e vi um
carro conhecido chegando. Meu coração começou a bater na minha garganta.
- Meu Deus... – Sussurrei para mim mesma.
Z saiu
do carro com a sua postura confiante e veio caminhando até a mim, eu me
levantei e esperei por ele. Achei que eu fosse cair no chão quando as minhas
pernas ficaram bambas.
- Vamos sair daqui.
Ele
falou e deu as costas. Eu corri atrás dele e o puxei pelo braço.
- Você não pode dar ordem para mim como se eu fosse fazer
tudo o que você fala. – Cruzei meus braços para ele.
- Você vem? – Perguntou.
- Vou sim, mas isso não significa que eu vá fazer tudo que
você quiser.
Ele
pegou na minha mão e me puxou até o carro dele, abriu a porta para eu entrar.
Primeira vez que ele fez isso. Esse jeito dele me enlouquece, e eu não sei se é
de uma forma boa ou ruim, mas me enlouquece. Ele consegue me deixar nervosa,
muito nervosa por sinal.
Ele
entrou no carro e começou a dirigir sem dizer nada. Fiquei observando o caminho
e tentando entender em que lugar ele pararia. Ficamos 20 minutos em silêncio
dentro do carro, um silêncio confortável.
- Para onde estamos indo? – Perguntei.
- Para lugar nenhum... Eu não sei. – Ele parecia confuso.
- Como assim?
- Eu só queria te ver, ok? Sem perguntas agora.
Ele
ficou sério. E eu fiquei sem entender nada, absolutamente nada. Talvez ele
esteja enlouquecendo como eu, talvez aqueles quatro dias acabaram com a nossa
sanidade. Ele continuou dirigindo por mais uns minutos até parar em um drive
thru. Eu pedi um big Mac e ele também, depois ele continuou dirigindo até parar
em um parque.
- Vamos procurar um lugar para sentar. – Disse ele antes de
sair do carro.
Ele
esperou por mim do lado de fora, quando eu saí do carro ele pegou na minha mão
e caminhamos ate uma mesinha perto de um laguinho. Sentamos de frente pro outro
e começamos a comer o lanche.
- Você pode me dizer o que está acontecendo? – Perguntei.
Ele nem
sequer olhou para mim. Eu levantei seu rosto para que ele me olhasse. Ele olhou
nos meus olhos e eu senti uma facada entrando em mim. O que ele quer me dizer?
Eu não sei.
- Eu não sei, Angeline. Eu só quero ficar perto de você e
você está atrapalhando com essas perguntas.
- Primeiro você me seqüestra por quatro dias, não me
maltrata, me trata super bem, me leva pra uma festa, eu tento beijar você e
você simplesmente me manda de volta pra casa, agora você vai à minha faculdade,
me trás até aqui para não falar nada? Qual é o seu problema?
- Eu não sei.
- E eu não sei nem o seu nome! – Gritei.
- Você não deve saber o meu nome, ou você vai me denunciar.
Eu me
levantei e sai andando. O ouvi correndo atrás de mim, mas eu não parei. Ele me
puxou pelo braço e eu me virei, fechei meus olhos na esperança dele me beijar,
mas ele se afastou de mim.
- Você não pode simplesmente entrar na minha vida dando uma
de patrão, tentando me comandar. Eu não sou o seu brinquedinho.
- Eu não estou te comandando, nunca tentei fazer isso.
- Porra! O que você está fazendo então? –Gritei novamente.
- Eu vou te levar embora.
Ele
pegou no meu braço e saiu me puxando. Eu jurei que iria gritar a qualquer
momento, fui me debatendo até conseguir me soltar.
- Eu sei muito bem ir para a minha casa sozinha, seu doente.
Eu não sou o seu brinquedinho.
- Desculpe-me, Angeline. Eu me excedi um pouco... – Ele
abaixou a cabeça.
- Se excedeu? Jura? Você me seqüestrou e agora provoca essa
ceninha toda, você nem sequer me conta o que você quer.
- Um dia você irá saber, mas não agora, você pode, por
favor, entrar no carro?
Eu saí
batendo perna até o carro, não quero nem olhar na cara dele de novo. Estou
sentindo o que eu senti na noite em que eu fui rejeitada por ele. Estava tudo
indo muito bem na festa, nós dois não conversamos muito, apenas ficamos perto um
do outro o tempo todo, e até hoje eu não sei o que estava fazendo naquele
lugar, nem mesmo Z falou com as pessoas, apenas entramos e ficamos lá perto um
do outro.
Eu
posso jurar que estava legal, que a minha presença estava boa para ele. Ele
estava gostando de me ter por perto, ele cuidou de mim, o motivo dele ter feito
isso eu ainda vou descobrir.
Depois
de ficarmos duas horas naquela festa Z decidiu ir para casa. Estranho, eu estou
chamando um cativeiro de casa, mas é assim que eu tenho visto aquele lugar,
como casa. Eu não fazia idéia de onde estávamos não conhecia o bairro, as ruas,
não conhecia nada por ali. Quando chegamos em casa eu fui direto para o
banheiro e eu o ouvi falando no telefone, parecia estar pedindo pizza. Quando
ele foi dizer o endereço ele se trancou no quarto dele, e eu não pude ouvir. Como se eu fosse querer fugir de lá.
- Eu pedi pizza. – Ele falou quando eu saí do banheiro. –
Você não comeu nada na festa.
- Não estava com fome. – O respondi.
- Espero que agora esteja.
Ele foi
para o quarto dele eu para o meu. Estava ficando entediada já, não passava nada
na TV, eu já tinha terminado o livro, então não tinha mais nada para eu fazer.
Fiquei deitada no sofá olhando para o ventilador de teto. Deus... Senti meu
estômago roncar, por que eu não comi nada naquela festa?
Depois
de 30 minutos esperando a pizza finalmente chegou. Enquanto Z pagava a pizza eu
fui à cozinha para pegar copos, pratos e talheres. Z colocou a pizza sobre a
mesa, ele pegou um pedaço e se sentou no sofá. Eu me senti mal, porque ele me
deixou comendo na mesa sozinho, e não disse uma palavra.
- Você é sempre calado? – Quebrei o silêncio.
- Sim.
E ele
não disse mais nada, também não quis puxar mais assunto com ele. Já fui trouxa
o suficiente. São tantas dúvidas, tantas perguntas sem respostas que rondam em
minha cabeça, e eu não estou mais agüentando tudo isso. Comecei a chorar, ele
olhou confuso para mim, mas percebi preocupação nele.
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu estou sozinha, não tem ninguém para conversar. Você não
fala comigo, eu preciso de um abraço, sei lá. – Eu estava surtando.
- Eu não posso te dar isso...
- Já imaginei.
Levantei-me
e fui para o meu quarto. Fiquei chorando lá por um tempo até Z bater na porta e
entrar. Ele sentou-se ao meu lado, eu apoiei minha cabeça em seu ombro e
continuei chorando por um tempo. Ele ficou ali parado sem dizer nada, como de
costume, mas ele estava lá. Ele se importou comigo.
- Eu estou bem aqui, bem melhor que na minha casa, para ser
sincera, mas eu sinto falta de afeto e de conversar com alguém, você é a única
pessoa que eu tenho tido contato nesses últimos dias e você não conversa
comigo.
- A gente não pode ter nenhuma relação.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque não.
Ele se
levantou e saiu do meu quarto, mas eu não o deixaria fazer isso de novo, fui
atrás dele. O puxei pelo braço e fiquei bem próxima dele. Senti sua respiração
tocar a pele em meu rosto, eu iria beijá-lo, eu queria beijá-lo, mas ele se
afastou.
- Amanhã eu vou levar você de volta pra casa.
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