Katy Woods
Já faz uma semana que minha avó não abre os olhos. Já faz uma semana
que eu não falo com Megan e Louis. Já faz uma semana que eu estou vivendo os
piores momentos da minha vida.
Fiquei
novamente mais uma noite em claro monitorando a minha avó, eu já não sei mais o
que é dormir profundamente, tenho ficado acordada a todos os momentos tentando
ver algum movimento sequer, algum sinal sequer de minha avó, mas nada realmente
acontece.
Não
estou tendo mais forças para chorar. Acho que a minha auto piedade também já
acabou. Nunca me senti tão sozinha e vazia assim antes na minha vida. Como eu
queria ter alguém aqui para me apoiar e para estar ao meu lado, mas não há
ninguém além de meu pai, e o apoio dele é a última coisa que eu quero nesse
momento.
Depois
de passar a noite no hospital ao lado da minha avó meu pai veio me buscar para
me levar em casa para eu tomar um banho e pegar mais uma muda de roupas. Eu não
gosto de estar na presença dele, mas me sinto incapaz de dirigir nesse momento,
meu cansaço físico e mental está tomando conta de mim.
Entrei
no carro com meu pai e fiquei em silêncio, não tem como eu conversar com ele,
mas pela a minha avó eu estou tentando ser o mais passível nesse momento. Tentei
dormir no caminho, mas senti uma saudade dolorosa de Megan e Louis, como eu os
queria nesse momento comigo, mas ainda não é o momento.
Louis e
eu nunca planejamos em contar para Megan, até porque estávamos vivendo o
momento, mas sabíamos que um dia teríamos que contar a ela, mas nunca
planejamos que ela nos pegaria no flagra. Eu nunca senti tanta vergonha de mim
como naquele dia, me senti um lixo e todas as palavras que Megan disse para mim
doeram mais que os tapas que ela me deu. Meu rosto ainda está todo arranhado,
mas eu não tenho ligado muito para isso.
– Olha Katheryn, sem querer ser chato, mas não vai adiantar
muita coisa você viver no hospital. – Meu pai falou.
– Pode não adiantar de muita coisa, mas eu quero estar ao
lado da minha avó quando ela acordar. Pelo menos eu estou fazendo o que eu
posso fazer.
Ele não
disse mais nada, eu apenas virei para o lado da janela e o ignorei. Ele acha
que é quem para opinar em alguma coisa na minha vida?
– Eu ainda sou o seu pai... – Ele falou.
Eu
apenas olhei para a cara dele e tentei não rir com o que ele disse, talvez seja
só uma piada.
– Por que você não pensou em ser meu pai há anos atrás?
– Eu achei que você tinha esquecido se do que eu fiz...
– Jura? Você acha mesmo? Isso vai ser uma coisa que eu nunca
vou ser capaz de esquecer, você arruinou a minha vida.
Ele não
falou mais nada, espero que ele tenha reconhecido o erro dele, mas
sinceramente, eu não espero mais nada vindo desse homem, absolutamente nada. Tudo
o que ele fez de ruim foi o suficiente, já não me surpreende.
Quando
eu cheguei em casa eu me tranquei no meu quarto para tomar um banho. Eu tenho
me sentindo presa dentro da minha própria casa, sobre zona de risco com meu pai
me rondando o tempo inteiro.
Eu
sinto que o fato da minha avó estar assim é culpa minha, porque eu não me
importei com ela, eu não procurei saber se tudo estava bem. Saber que ela não
estava mais cuidando de si mesma me deixou mal, saber que ela não estava cuidando
da diabetes dela, da saúde dela me deixou triste. Se eu tivesse me importado,
perguntado talvez ela não estivesse assim agora. Talvez ela não estivesse em um
leito de hospital em coma, entre a vida e a morte.
Por que essas coisas acontecem comigo?
Parecia
que as coisas estavam indo tão bem e acontece isso. Eu perco tudo de uma vez.
Nunca achei que iria levar uma pancada tão forte como essa.
O
medico de minha avó estava no quarto olhando ela e ele também carregava uma
prancheta em sua mão. Fiquei preocupada em olha a sua expressão, mas tentei me
manter confiante.
– Algum problema? – Perguntei.
Eu
fiquei tensa e estranhei o fato do meu pai por a mão em meu ombro. Senti uma
lágrima escorrendo, porque somente Deus sabe o nojo que eu sinto das mãos dele,
mas eu decidi não fazer uma cena na frente do doutor.
– Não há mais nada que eu possa fazer... – Ele falou.
– Como assim?
– A situação se estende por uma semana, ela não tem nenhuma
reação e não saí do coma.
– Isso eu sei, mas ela vai sair dessa, ela é forte.
– Katheryn... – Meu pai me puxou para trás.
– Tem que haver alguma coisa que possamos fazer, tem né? –
Comecei ame me desesperar.
– Não há mais nada que possamos fazer. Reuni-me com outros
médicos e o melhor será desligar as máquinas que a mantem viva.
Minha
respiração começou a fica pesada e eu quase não conseguia puxar a quantidade de
ar suficiente para o meu pulmão.
– Você quer matar a minha avó? VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!
– Sua avó está sofrendo, eu não tenho escolhas. Preciso que
o senhor Woods assine essa autorização.
Eu
fiquei atônita olhando tudo acontecendo em minha volta. Meu pai pegou a
prancheta, assinou em um papel. Eu não falava nada, só sentia as lágrimas
escorrendo de meus olhos, a dor é tão enorme que eu não sei muito bem o que
sentir, pensar ou sequer falar.
– Não... Por favor... Não faz isso...
Eu caí
no chão e fiquei de joelhos, não saberia ao certo se eu conseguiria me sustentar
em pé. Comecei a chorar e chorar compulsivamente, eu me arrastei até o médico e
peguei em suas mãos.
– Você não pode matar ela, você não pode...
– Sinto muito Katheryn... – Foi tudo o que ele disse.
Senti
os braços de meu pai me levantando, por impulso eu me afastei dele, e o
empurrei.
– NÃO TOCA EM MIM! – Gritei.
– Katheryn! Para!
Meu pai
falou me segurando. Eu comecei a dar diversos tapas e socos nele, como se ele
fosse o culpado de tudo o que está acontecendo. Mas foi ele que assinou o
papel, foi ele que permitiu isso.
– Não, você é o culpado de tudo! Você é o culpado!
Eu o empurrei
com força e ele cambaleou para trás. Eu me virei e olhei para a minha vó
tranquila em seu leito. Alisei seu rosto, passei a mão em seus fios de cabelo
grisalho. Minhas lágrimas molharam o rosto de minha avó quando eu a beijei.
– Eu te amo tanto, tanto, tanto... O que vai ser de mim sem
você? Por favor, volta para mim... Não de deixe...
Eu a
beijava e a abraçava, não queria sair do lado dela, nem por um minuto.
– Eu vou ficar aqui enquanto desligam as máquinas...
Meu pai
não teve a dignidade de ao menos estar ao lado da mãe dele, mas eu vou estar
aqui, acalmando ela, ela tem que saber que eu vou estar ao lado dela todo o
momento. As enfermeiras chegaram e começaram a desligas as máquinas, tiraram o
soro dela. Apenas deixaram a máquina de seu coração ligada. Fiquei alisando a
sua mão, olhei cada detalhe dela, talvez pela última vez.
Eu acompanhei a sua última respiração, a última batida de seu coração.
Meu
coração doeu. Nenhuma dor se compara a essa dor que estou sentindo agora. Minha
vó está na minha frente, sem vida alguma, mas ela se foi tão tranquilamente,
sem sofrer, e isso me deixa tranquila de certo modo.
Ajoelhei-me
ao leito de minha avó e eu segurava a sua mão. Estava em prantos. Nunca chorei
tanto assim em toda a minha vida, perde-la e como perder a mim mesma, porque
foi ela que esteve ao meu lado durante toda a minha vida.
...
Minha
cabeça estava fervendo, e eu não sabia onde estava. Esperava estar acordando de
um pesadelo, porque eu não quero viver essa dura realidade. Eu queria me deitar
e ficar em repouso eterno ao lado da minha avó, isso seria uma ótima coisa
nesse momento, prefiro morrer, não sei como viver sem ela, mas eu ainda tenho
que ficar aqui e arrumar um modo de como viver sem a razão da minha vida.
Eu
estava em meu quarto, e eu não sei como eu vim parar aqui, ouço vozes vindas do
lado de fora, eu ainda estou usando as roupas que eu estava no hospital. Peguei
a minha bolsa e procurei meu celular dentro dela. Olhei a hora e já é o dia
seguinte. Como eu pude dormir assim?
Algumas
amigas de minha avó estão aqui em casa, elas limparam tudo e fizeram um almoço.
E me dar um nojo quando eu vejo meu pai se fazendo de bom moço.
– O que aconteceu comigo ontem? – Perguntei ao meu pai
quando estávamos longe das pessoas.
– Um médico decidiu aplicar um calmante para eu conseguir te
trazer para casa, você estava surtando.
– Eu não me lembro disso.
– Obviamente não. Olha só, vai tomar seu banho, comer alguma
coisa e se arrumar para o enterro, eu não aguento mais essas pessoas dentro da
minha casa.
Essa casa não é sua, é da minha avó. Mas
eu decidi não dizer nada, apenas fui para o meu quarto tomar um banho. Deixei a
água quente escorrer por todo meu corpo, o conforto dessa água não é o que eu
preciso agora. Na verdade não há nada que possa me confortar mais que a minha
avó de volta, mas eu sei que não posso querer o impossível. Eu ainda acho que
isso seja apenas um sonho ruim, talvez pensando dessa maneira tudo seja mais
fácil. Eu queria poder acordar desse pesadelo e ficar nos braços de minha avó
mais uma vez.
Eu já estou cansada de perder as coisas.
...
Quando
eu cheguei ao enterro eu só quis ficar ao lado da minha avó a todo o momento.
Ficava a beijando, mesmo sabendo que ela não estava mais lá, mesmo sabendo que
aquele era somente seu corpo. Mas é a ultima vez em que eu vou vê-la, e tudo
isso me dói muito.
Continua
Preparadas para embarcar na segunda
temporada de Querida Katy?
Muitas emoções pela frente meninas, espero
que vocês curtem esse novo rumo da fanfic.
Comente esse capítulo, isso me incentiva muito
a continuar.
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Continua o capítulo esta perfeito
ResponderExcluirContinua cara você escreve muito amei
ResponderExcluirMais do que pronta!!! Vamos!!
ResponderExcluirAI MEU DEUS, CHOREI AQUI E QUASE MORRI COM ESSE CAPÍTULO!!
ResponderExcluirQue virada que a vida da Katy deu, apesar de ter doído muito, estou amando o rumo que a fic está tomando, e tenho certeza que vou amar!
E não estou preparada para um novo capítulo, não psicologicamente, óbvio kkkkkk, mas continua que a fic é maravilhosa!
Beijos!